quarta-feira, 9 de junho de 2010

Crucifixo


Veja-nos!
Ah! a que ponto chegamos!
Na guerra sangrenta entre martelo e pregos,
Há eu! Há nós!
Perdemos! Perdemo-nos!
Nos mesmos nos crucificamos,
Nos marcamos com armas que inocentemente fizemos.
É fim, não há milagre.
Não há mágica! Merda. Nem pomba branca temos!

De onde viemos, pra onde voltaremos.
E só. Do pó ao pó.
Mas venha logo maldita dúvida!
Martele de uma vez teus pregos em meu corpo.
Sem misericórdia, sem dó!

Você gosta de me ver sangrar não é mesmo, consciência?
Agride-me todos os dias e quer que eu me convença
De que existe algo lindo em ti em que eu deva acreditar.
Se és tão certa de si, venha me mostrar
Que também sabe sangrar.

Enquanto isso a minha culpa rí.
Rí com gosto a desgraçada!
E eu aqui assim,
Permaneço imóvel assistindo e aplaudindo,
O final trágico do meu próprio fim.

Assassinem-se logo com suas facas, sentimentos!
Esfaqueem-me logo de uma vez!
Já estou farta de suas torturas frequentes,
Falsas verdades entorpecentes.
São só torturas diárias,
São meras feridas recentes.
Crucifiquem-se! Crucifiquem-me!
Somos inocentes.





Ps: Muito obrigada a minha querida amiga Carol pela imagem. =)


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