sábado, 19 de junho de 2010
A Menina e o Mágico
_Olá! Boa tarde, minha senhora.
_Nossa! Podes tirar coelhos de cartolas! poderia também tirar algumas respostas?
_Tudo posso, na verdade, minha cara. Mas conte-me, para onde tu segues tão indeterminada?
_Olá, muito prazer.
Me chamam de chapeuzinho.
Tenho nas costas uma mochila com sonhos doces
Estou procurando alguém para me apontar o caminho.
Levo também algumas lembranças amargas,
Das quais ainda não consegui me livrar.
Espinhos cortaram meus pés pelo caminho
mas alguma coisa me diz que um dia eu chego lá!
_Muito prazer, sou um mero poeta,
Daqueles que lhe dirão tudo e que não lhe dirão nada.
Acredite no que quiser e leve pra si algumas das minhas palavras
As quais podem ser descartadas, como num baralho de cartas.
Podes sim, carregar teus muitos sonhos doces na mochila pesada.
E vejo que lhe pesarão ainda mais com meus confusos e densos conselhos
Mas digo que me encontrei com Alice agora a pouco,
E ela me disse que a resposta estava com um certo coelho.
_Minha nossa! Teria então o coelho alguma resposta?
_Não, minha cara, se engana quem acha o país das maravilhas uma boa aposta.
_Mas você não disse que o coelho saberia? ele deve ser sábio e conhecer o caminho certo.
_Sábio é quem cria seus próprios rastros e faz o inconstante se tornar concreto.
_Mas isso você pode fazer, você pode fazer tudo, você é mágico!
_Mesmo que mágico fosse, não poderia fazer respostas aparecerem de repente.
_Pois acho que você mente!
_Sim, posso não lhe contar a verdade ou simplesmente te iludir com falsos truques facilmente. Vê a moeda?
_Que moeda?
_Pronto, não vê mais.
_Mas eu não a ví!
_Bom minha cara, tarde demais.
_Você não é um bom mágico, sabia?
_Mas eu lhe disse que sou um poeta.
_E poetas podem tirar respostas de cartolas?
_Posso tentar. Se isto a conforta...
_Pois por favor, tente.
_1,2,3 e... tens em suas mãos todas as respostas, aproveite.
_Um papel simplesmente?
_Ouse ler o que ele lhe ofereces, por favor.
_Está escrito... Amor.... Mas, amor?
_Sim, o amor é a resposta pra todas as perguntas que trazes.
_Posso levá-lo?
_Pois já o tens.
_Então, o que eu faço?
_Espalhe-o pelo caminho.
(Sorriu)
_Muito obrigada senhor poeta!
_Disponha chapeuzinho.
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