quinta-feira, 3 de junho de 2010

Amantes do Silêncio


Amo-te em silêncio

Porque qualquer sussurro seria grito

Tendo então que tomar minhas palavras como meros comprimidos.

Na tentativa falha de me livrar do vasto vazio que em mim tem abrigo

Sedada pela sede insaciável de gritar para o mundo todo

E um desejo insuportável de tocar-lhe o corpo

De querer como nunca quis antes de alguém, sentir o gosto.


Amo-te em silêncio

Querendo ao menos te ter por perto

Quando gostaria de te ter ainda mais perto

Como quando posso lhe observar docemente enquanto dorme

Contentando-me em te ver e não te tocar

Pensando nesse momento em que deixamos de ser culpados por nossos atos

E dando cobertura às suas vítimas, o amor nos dá amparo.


Amo-te em silêncio

Porque nos perseguiriam se contássemos

Causas insolúveis, que colocam nossas cabeças em colapso.

E no desespero de amantes nos vemos sedentos em um abraço

A salvo do perigo, envolvidos um pelo outro em um só laço,

Podendo então ter um do outro, sorrisos, corpos e olhos que nos cegam.

Esquecem-se os erros, o passado, a culpa e ambos como amantes, se entregam.


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