terça-feira, 14 de setembro de 2010

A observo me observar


Agora deparo-me com uma palavra nas mãos.
E mal sei o que fazer com ela.
Então apenas a observo me observar.
Vontade...
De repente, tal palavra me pesa nas mãos e na mente.
Vontade de passear com o cachorro, de abraçar meu pai e de bagunçar o cabelo do meu irmão.
Vontade do colo de mãe, de gargalhadas de velhos amigos e de sentir cheiro de chuva.
Vontade de tomar todinho, deitar e rolar na areia fofa e ser criança de novo por um breve momento.
Vontade de sumir com o medo, com a dúvida e a insegurança que os dias me trazem.
Vontade de acordar cedinho, dizer bom dia e corresponder o sorriso de quem sorri pra mim.
Vontade de friozinho, de abraço com blusa de moleton, de filme, pipoca e amassos.
Vontade de gritar, gritar alto e de correr até o fôlego dizer que não dá mais.
Vontade de sombra, de natureza e de brisa mansa.
Vontade de rir até a barriga doer, de rever aquele melhor amigo, e de encher a cara com os meus alcóolatras preferidos.
Vontade de fechar os olhos, vontade de praia tranquila e água de coco geladinha na mão.
Vontade de olhar pro horizonte, sem idéias, sem preocupações, e apenas assistir o espetáculo do pôr do sol.
Vontade sim, um monte...
Mas ainda não sei o que fazer com ela.
Então apenas a observo me observar.