quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Foto vaga



Tenho uma nova foto vaga no lugar de velhas boas lembranças,

e vinho tinho barato no lugar de novos sabores.

Escuto uma harpa me chamando para ir para bem longe,

Pra perto daquelas nuvens leves de novos amores.


Agora vivo me iludindo com filmes tristes
.
Agora morro me perdendo em finais felizes.


Não há nada além de poeira nesta nova foto,
Vejo tão pouco que mal posso definir a triste imagem definida.

Posso tocá-la mas não posso sentí-la.

Posso ouví-la mas não posso salvá-la.


Alguém também consegue ouvir a bela harpa?

Alguém também segura uma nova foto vaga?

Há algo que talvez possa a trazer de volta.

De volta para algum lugar a qual seu auto-retrato pertença.

Mas ela tem que pagar por suas escolhas mal feitas,

Porque a foto agora a culpa e quer que ela cumpra sua vaga sentença.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Há algo de muito triste em folhas secas


Pergunto o porque do azul triste do céu,

E a brisa me responde melancólica que é solidão.
Há algo muito triste no balançar das folhas.
Há algo muito incrível quando folhas secas caem.

Agora sinto que me falta muito fôlego e o cansaço me vence.

Percebo minha vida com galhos secos e sem cor.
Às vezes eu me sinto como se ninguem pudesse ouvir meus gritos
,
Como se ninguem soubesse a resposta pra perguntas tão íntimas
.
Eu quero saber o que o amanhã tem para me oferecer.

E quero saber se ainda posso confiar em frágeis recomeços.

Agora realmente sinto vontade de renovar estes velhos ramos secos

Agora realmente sinto que preciso criar alguma vida em mim mesma.
Para enfim, ver o mundo visto das estrelas.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

A observo me observar


Agora deparo-me com uma palavra nas mãos.
E mal sei o que fazer com ela.
Então apenas a observo me observar.
Vontade...
De repente, tal palavra me pesa nas mãos e na mente.
Vontade de passear com o cachorro, de abraçar meu pai e de bagunçar o cabelo do meu irmão.
Vontade do colo de mãe, de gargalhadas de velhos amigos e de sentir cheiro de chuva.
Vontade de tomar todinho, deitar e rolar na areia fofa e ser criança de novo por um breve momento.
Vontade de sumir com o medo, com a dúvida e a insegurança que os dias me trazem.
Vontade de acordar cedinho, dizer bom dia e corresponder o sorriso de quem sorri pra mim.
Vontade de friozinho, de abraço com blusa de moleton, de filme, pipoca e amassos.
Vontade de gritar, gritar alto e de correr até o fôlego dizer que não dá mais.
Vontade de sombra, de natureza e de brisa mansa.
Vontade de rir até a barriga doer, de rever aquele melhor amigo, e de encher a cara com os meus alcóolatras preferidos.
Vontade de fechar os olhos, vontade de praia tranquila e água de coco geladinha na mão.
Vontade de olhar pro horizonte, sem idéias, sem preocupações, e apenas assistir o espetáculo do pôr do sol.
Vontade sim, um monte...
Mas ainda não sei o que fazer com ela.
Então apenas a observo me observar.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Relógio Quebrado


Eu tive que nadar muito pra chegar até aqui.
Tanto que agora sinto-me ofegante e sem forças.
Mas ainda sinto um coração bater em algum lugar...
Você pode me ouvir? Pode sentir o que eu sinto agora?
Eu gostaria de escapar do meu delírio diário,
Eu gostaria de colocar a hora certa no meu relógio quebrado.
Me disseram para dizer algo encorajador ao novo que se apresenta,
Mas nem eu mesma sei ao certo pelo que estive lutando todo esse tempo.
Meu amor, sinto que de repente as estrelas começaram a cair,
Então me abrace e deixe que eu sinta sua pele mais de perto.
Eu queria que tudo fosse surreal como antes,
Onde todos podiam rir e se perder em seus próprios desejos.
Dizer palavras aleatórias em ouvidos alheios e encontrar alguma realidade no irrel.
Pois digo agora que não ligo para que as estrelas caiam,
Pois de alguma forma, eu sempre soube pelo que estive lutando afinal.
Meu amor, quando eu puder te ter comigo pra sempre.
Aí eu vou ter certeza de que toda hora é hora certa no relógio.

sábado, 28 de agosto de 2010

Moinhos de Vento



Um meio tanto de melancolia agora me invade
,
Como sangue correndo e rasgando veias
.
Ainda quente, posso senti-lo subir à cabeça
,
tomar conta de mim, a ponto de eu já não saber se ainda sou eu mesma.

Alguém sugere que eu corra, que eu grite,
Mas eu sou brisa livre e prefiro caminhar.
Tenho aqui comigo alguns sonhos nos bolsos,
Um sorriso tímido e uma esperança, que guardei em algum lugar.

O sol me dá boas vindas e sua luz me abraça forte.
Já quase consigo sentir outra vez, meus pés no chão de cimento.
Sinto os moinhos de vento, a aurora dos tempos,
E agora sei que sou eu mesma, amanheceu o pensamento.



sábado, 3 de julho de 2010

Adeus


Eu realmente não sei o que dizer numa hora assim,

Queria poder expressar todo o meu carinho e tirar a dor que sinto que nos consome,
Mas não posso.
Queria poder te abraçar agora e dizer o quanto eu te amo mas a distância não me deixa...

Então deixarei nesse momento, o meu coração pra você ,

Pois sei que por mais longe ou dificil que se torne,
Meu amor vai poder sempre te envolver em um abraço,
E fazer com que nossos corações permaneçam unidos para sempre.

Eu não sei dizer exatamente o que a palavra morte significa,

Mas de repente tem um efeito que nenhum significado poderia expressar.



(Para minha prima Rhayana, com muito carinho.
Deixo esta homenagem ao amigo que se foi. Cristiano, Esteja em paz...)

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Eu vou


Era mais fácil quando podíamos rir falsamente de nós mesmos,
Quando nos enganávamos que éramos felizes.
E de repente vejo que a música do meu sonho ficou melancólica.
Mas eu queria poder arrancar todas estas novas raízes,
Que me seguram no chão e empedem que eu perca toda triste memória.
E de alguma forma eu não posso deixar que isso aconteça,
Além disso, não consigo ver além dos meus olhos, o brilho forte me cega.

Pode até não ser uma batalha ganha, em meio a tamanha ignorância.
Mas há alguma causa, em algum lugar dessa mente, pela qual eu deva lutar.
Porque a felicidade às vezes me ama e às vezes me detesta.
E ao mesmo tempo que tenho toda essa luz, me falta abrir os olhos e enxergar.

Sou vítima fácil,
Admito, afundo atoa.
Mas eu vou,
Eu vou vir à tona.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Filme de Terror


É, a vida de repente me assusta, e ela acha até graça.

Vivo dias em que meus dias viram shows de horror
.
Aí me escondo debaixo do meu cobertor,

Fecho os olhos com força
e desejo, vá embora! por favor!
Ouço a vida me chamar de palhaça, rír num tom de ameaça.

E pensar que antigamente o esquema do cobertor me bastava.

E... Bu!, ela com um grito me acorda.
Me intimida, me apavora.
Me sacode e gargalha ao ver meu desespero.

Continuo então nessa mesma mesmisse.

Na babaquice da minha vidinha medíocre...

A um tempo atrás o cobertor funcionava,
Quando os meus maiores e piores problemas
,
eram os filmes de terror da madrugada.
Ah! Bons tempos de ingênua infância desperdiçada!
Hoje até o Mãos de Tesoura perdeu a graça.

Quem me dera ainda ter esse medo
,
Poder correr, pedir colo e ganhar um beijo.

Os pensamentos de hoje são quase que pitorescos,

Pensar no meu passado infantil de filmes grotescos
.
O Chuck com uma faca na mão, hoje me parece adorável.
Penso que passar o dia em sua fábrica amarela me seria super agradável.
Convidaria também o Fred, sempre vestido de listrado,

Porque agora até sangue me parece combinar,
Com aquele contagiante sorriso macabro.


Mas acordo hoje com medo dos meus próprios pensamentos,
Me tornei assassina de mim mesma.
Admito, eu mesma me condeno.

Na certeza de um dia de tormentos
Me perco confusa na minha confusa mente
,
E vejo-me sem rumo em meus próprios aposentos
.
Hoje assumo ser a culpada, e não mais a inocente.

Mas quanto tempo ainda aguento essa cena tão frequente?

Resolvo assistir, mas essa porcaria de filme parece nunca acabar.

Então, faço até uma pipoca e me sento confortavelmente no sofá,
Bom, Já é hora de acordar, me torturar, colocar a câmera para filmar.
Começar
minha mesma mesmisse,
Na babaquice dessa vidinha medíocre.

Mas...Hei! silêncio! Já vai começar o filme...

sábado, 19 de junho de 2010

A Menina e o Mágico



_
Olá! Boa tarde, minha senhora.
_Nossa! Podes tirar coelhos de cartolas! poderia também tirar algumas respostas?
_Tudo posso, na verdade, minha cara. Mas conte-me, para onde tu segues tão indeterminada?

_Olá, muito prazer.
Me chamam de chapeuzinho.
Tenho nas costas uma mochila com sonhos doces
Estou procurando alguém para me apontar o caminho.
Levo também algumas lembranças amargas,
Das quais ainda não consegui me livrar.
Espinhos cortaram meus pés pelo caminho
mas alguma coisa me diz que um dia eu chego lá!

_Muito prazer, sou um mero poeta,
Daqueles que lhe dirão tudo e que não lhe dirão nada.
Acredite no que quiser e leve pra si algumas das minhas palavras
As quais podem ser descartadas, como num baralho de cartas.
Podes sim, carregar teus muitos sonhos doces na mochila pesada.
E vejo que lhe pesarão ainda mais com meus confusos e densos conselhos
Mas digo que me encontrei com Alice agora a pouco,
E ela me disse que a resposta estava com um certo coelho.

_Minha nossa! Teria então o coelho alguma resposta?
_Não, minha cara, se engana quem acha o país das maravilhas uma boa aposta.
_Mas você não disse que o coelho saberia? ele deve ser sábio e conhecer o caminho certo.
_Sábio é quem cria seus próprios rastros e faz o inconstante se tornar concreto.
_Mas isso você pode fazer, você pode fazer tudo, você é mágico!
_Mesmo que mágico fosse, não poderia fazer respostas aparecerem de repente.
_Pois acho que você mente!
_Sim, posso não lhe contar a verdade ou simplesmente te iludir com falsos truques facilmente. Vê a moeda?
_Que moeda?
_Pronto, não vê mais.
_Mas eu não a ví!
_Bom minha cara, tarde demais.
_Você não é um bom mágico, sabia?
_Mas eu lhe disse que sou um poeta.
_E poetas podem tirar respostas de cartolas?
_Posso tentar. Se isto a conforta...
_Pois por favor, tente.
_1,2,3 e... tens em suas mãos todas as respostas, aproveite.
_Um papel simplesmente?
_Ouse ler o que ele lhe ofereces, por favor.
_Está escrito... Amor.... Mas, amor?
_Sim, o amor é a resposta pra todas as perguntas que trazes.
_Posso levá-lo?
_Pois já o tens.
_Então, o que eu faço?
_Espalhe-o pelo caminho.
(Sorriu)
_Muito obrigada senhor poeta!
_Disponha chapeuzinho.

sábado, 12 de junho de 2010

Hoje pela manhã



Vamos, venha logo! ela disse.

Abraçou-me firme e levou.
Mudou a expressão que ficara naquele rosto.

E o semblante triste que estava por ali, escapou.


Senti o que há por vir? Olhe adiante.

A brisa fresca me trouxe então algumas boas energias,

Respostas talvez para todas aquelas perguntas vazias.

A pureza de uma manhã com orvalho nas folhas

não me deixou deixar de sorrir

Os feixes de luz do sol me envolviam e diziam:

Ei, sorria, não sente o que há por vir?


Mas eu não entendo,
por que raios me levou dalí.

Talvez por eu não estar fazendo nada.

Ou porque gostou de mim.

Ela não respondeu, e só sorriu docemente,
Me contaminou de repente, e eu me senti bem

Disse não ter nome,
disse não ter nada

Mas que por ser tão simples,

era completa felizarda.


Mas porque então estou indo contigo?

Se nem nome você tem?

Sou a vida, ela disse,

E a muito tempo te quero bem.

Vim lembrar-te de que existo
e com bençãos e amor, lhe abraçar.
Pegue um pouco de mim pra si própria

E veja no que dá!


Vamos, vá logo! ela disse.

Abraçou-me firme e evaporou.

Mudou a expressão que ficara naquele rosto.

E o semblante triste que estava por ali, escapou.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Crucifixo


Veja-nos!
Ah! a que ponto chegamos!
Na guerra sangrenta entre martelo e pregos,
Há eu! Há nós!
Perdemos! Perdemo-nos!
Nos mesmos nos crucificamos,
Nos marcamos com armas que inocentemente fizemos.
É fim, não há milagre.
Não há mágica! Merda. Nem pomba branca temos!

De onde viemos, pra onde voltaremos.
E só. Do pó ao pó.
Mas venha logo maldita dúvida!
Martele de uma vez teus pregos em meu corpo.
Sem misericórdia, sem dó!

Você gosta de me ver sangrar não é mesmo, consciência?
Agride-me todos os dias e quer que eu me convença
De que existe algo lindo em ti em que eu deva acreditar.
Se és tão certa de si, venha me mostrar
Que também sabe sangrar.

Enquanto isso a minha culpa rí.
Rí com gosto a desgraçada!
E eu aqui assim,
Permaneço imóvel assistindo e aplaudindo,
O final trágico do meu próprio fim.

Assassinem-se logo com suas facas, sentimentos!
Esfaqueem-me logo de uma vez!
Já estou farta de suas torturas frequentes,
Falsas verdades entorpecentes.
São só torturas diárias,
São meras feridas recentes.
Crucifiquem-se! Crucifiquem-me!
Somos inocentes.





Ps: Muito obrigada a minha querida amiga Carol pela imagem. =)


quinta-feira, 3 de junho de 2010

Amantes do Silêncio


Amo-te em silêncio

Porque qualquer sussurro seria grito

Tendo então que tomar minhas palavras como meros comprimidos.

Na tentativa falha de me livrar do vasto vazio que em mim tem abrigo

Sedada pela sede insaciável de gritar para o mundo todo

E um desejo insuportável de tocar-lhe o corpo

De querer como nunca quis antes de alguém, sentir o gosto.


Amo-te em silêncio

Querendo ao menos te ter por perto

Quando gostaria de te ter ainda mais perto

Como quando posso lhe observar docemente enquanto dorme

Contentando-me em te ver e não te tocar

Pensando nesse momento em que deixamos de ser culpados por nossos atos

E dando cobertura às suas vítimas, o amor nos dá amparo.


Amo-te em silêncio

Porque nos perseguiriam se contássemos

Causas insolúveis, que colocam nossas cabeças em colapso.

E no desespero de amantes nos vemos sedentos em um abraço

A salvo do perigo, envolvidos um pelo outro em um só laço,

Podendo então ter um do outro, sorrisos, corpos e olhos que nos cegam.

Esquecem-se os erros, o passado, a culpa e ambos como amantes, se entregam.


quarta-feira, 2 de junho de 2010

Mente Vazia




É, eu queria poder dizer algo hoje, e como queria,
mas me desculpe,
pois trago a mente vazia.


É, há dias em que essa situação se cria,

Toma corpo, cria vida, cai na rotina.

Efeitos dessa profunda melancolia.

Sem fundamento e sem valia.

Apenas fundamentada em efeitos colaterais do meu próprio dia-a-dia.

Irreversível nostalgia.
Às vezes dá vontade de dar uma sumida, acabar com essa monotonia,

E acreditar momentaneamente em alguma mentira vazia
,
Como a que a vida muda e quebra minha rotina algum dia.

Maldita rotina vazia do meu dia-a-dia!


É, eu queria poder dizer algo hoje, e como queria,

mas não me culpe,
pois levo a mente vazia.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Diálogo confuso sobre espelhos e você mesmo


_Ei, você! porque está me imitando?
_Quê? Quem disse que estou te imitando?
_Tá. Então dá pra parar de ficar me encarando?
_Espere aí, você é só a minha imagem no espelho, então, na verdade eu só estou olhando pra mim mesma e fazendo coisas minhas.
_Não, você que é a minha imagem no espelho. Porque se eu fosse sua, eu não seria minha, mas como eu sou dona de mim mesma, você não pode dizer essas coisas sobre mim ou sobre as minhas coisas... A não ser que esteja se referindo a si mesma ou às suas próprias coisas.
_Credo! Mas você fala mesmo!?
_Não, sua tonta! Isso é puro fruto da sua imaginação...
_Ai que alívio, por um minuto eu pensei que estava falando com a minha imagem no espelho...
_Bom, eu estava sendo cínica, sua tonta. Eu falo mesmo! E é você que deveria estar calada, porque você é uma imagem!Uma imagem tonta ainda por cima...
_Peraí, dá pra parar de me chamar de tonta? Só eu mesma tenho direito de denegrir a minha própria imagem!
_Mas você não disse a pouco que eu era a sua própria imagem?
_É! Então só por isso vou dizer: Sua tonta!
_Vê como você está me imitando? plagiou até a minha fala!
_Ah! Tenha dó! Eu não preciso ficar ouvindo eu mesma me contrariar.
_É verdade, então você segue pra direita e eu pra esquerda e pronto, estamos livres uma da outra.
_De acordo!
_Ei! Eu é que ia pra este lado! Você é tão tonta que não sabe nem pra onde está indo!
_E você sabe pra onde eu devo ir, quer dizer, pra onde você deve ir?
_Bom, se estou indo, provavelmente estou indo pra algum lugar.
_É, que bom. Pois vou embora, me cansei de você.
_Mas você não pode se livrar de si mesma!
_E você pode?
_Não, mas eu posso ir a qualquer lugar que eu queira!
_
Claro que pode! Mesmo porque imagens podem quebrar espelhos e sair por aí! Hahaha!
_É, realmente eu não posso sair. Mas pior é você, que está livre e não pode ir onde você quer.
_Ah é? E o que me impede?
_Você mesma!
(Silêncio)

domingo, 30 de maio de 2010

Ampulheta



3, 2, 1...
Olá, bem vindo a lugar nenhum
Lugar nenhum que você possa se encontrar
Sente-se, fique a vontade, tome um pouco de chá
Tome nota, tome o medo que há em você e suma!
Veja como você se vai, você viu?
Vai outra vez à procura de si próprio
Si próprio que não pode decifrar
Como se correr de tudo adiantasse
Como se conter o grito o acalmasse
Tentativas desesperadas de tentar se salvar
De algo que você mesmo não sabe explicar
Tentando desesperadamente reunir seus pensamentos numa caixa pequena
Ou numa garrafa talvez, para poder tomar de um único gole apenas
São muitas idéias pra pouco espaço
É muito espaço pra pouco ar
Você nunca tem controle e deixa o seu próprio tempo lhe escapar
E nunca tem tempo de escape pra ter seu próprio controle
Isso te tira o sono, lhe foge pelos dedos como poeira
A sua incerteza, ela nao te deixa ter tempo de tentar
E o vento leva, leva consigo o resto de areia que resta do seu tempo
E pensar que nunca existiu um tempo sem dúvidas pra você
Mas, sempre houve um tempo em que seus sonhos virassem areia
Antes você vivia em função de alguma razão pra acreditar
E Agora? Tarde demais. Vê na ampulheta?
Seu tempo acabou de se esgotar.