domingo, 30 de maio de 2010
Ampulheta
3, 2, 1...
Olá, bem vindo a lugar nenhum
Lugar nenhum que você possa se encontrar
Sente-se, fique a vontade, tome um pouco de chá
Tome nota, tome o medo que há em você e suma!
Veja como você se vai, você viu?
Vai outra vez à procura de si próprio
Si próprio que não pode decifrar
Como se correr de tudo adiantasse
Como se conter o grito o acalmasse
Tentativas desesperadas de tentar se salvar
De algo que você mesmo não sabe explicar
Tentando desesperadamente reunir seus pensamentos numa caixa pequena
Ou numa garrafa talvez, para poder tomar de um único gole apenas
São muitas idéias pra pouco espaço
É muito espaço pra pouco ar
Você nunca tem controle e deixa o seu próprio tempo lhe escapar
E nunca tem tempo de escape pra ter seu próprio controle
Isso te tira o sono, lhe foge pelos dedos como poeira
A sua incerteza, ela nao te deixa ter tempo de tentar
E o vento leva, leva consigo o resto de areia que resta do seu tempo
E pensar que nunca existiu um tempo sem dúvidas pra você
Mas, sempre houve um tempo em que seus sonhos virassem areia
Antes você vivia em função de alguma razão pra acreditar
E Agora? Tarde demais. Vê na ampulheta?
Seu tempo acabou de se esgotar.
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Como sempre expressando belas palavras, através do seu belo jeito de ser.
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