sábado, 9 de julho de 2011

Ainda há tempo


Alguém me abraçe e me traga de volta,
porque de repente me perdi tão fundo em mim mesma...

E no fundo, a cada dia eu me encontro mais sozinha.

A cada volta a vida vem e me leva com ela,
dilacerando o pouco de consciência que ainda me resta.

Troquei todos os meus dias por um punhado de mentiras inocentes.

E, agora, olhando pra mim mesma, quase não posso me reconhecer,

Talvez eu esteja enlouquecendo, e talvez, eu não queira pagar pra ver.

Pode ser que alguém tão perdido quanto eu, me dê alguma razão,

alguém que também não saiba a que lugar pertença, e procure uma explicação.

Mas ainda agarro as oportunidades quando eu as posso ver,

e sinto o vento rasgando as lágrimas quando consigo correr.

Vamos, respire! ainda há tempo, não há tempo a perder.

domingo, 17 de abril de 2011

Querida solidão



Foi só mais um sábado de sorrisos vazios,

Eu nem devia me preocupar com os efeitos colaterais.

Mas a melancolia vem sempre a tona,
Pra me lembrar que a consciência sempre pesa mais.


Eu queria não pensar, queria me livrar de pensar tanto.

Mas esse tanto é um pouco necessário à minha alma,
Porque ao mesmo tempo que me desespera até os poros,

A solidão da reflexão me convence e me acalma.


Eu pensei que eu era forte, até você chegar e me mostrar que não.

Agora só me resta a tarde nublada e do cigarro, a última tragada.

Eu deveria saber, querida solidão,
Eu deveria saber que eu não consigo manter sua página virada.


Queria não me render a ter você,
T
alvez por isso eu ainda não possa te perdoar,
Talvez por isso eu ainda carregue sorrisos vazios nos bolsos.

Mas eu já estive aqui antes e sei que o amanhã há de me confortar.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Mesa de bar


Aqui estou mais uma vez
.
Aqui estou mais uma vez bêbado de lágrimas
.
Aqui vamos nós, alguém me disse
,
Vamos cair de cabeça em um copo cheio de mágoas.

Vê como a melancolia em seus olhos a deixou mais doce?

Até um sorriso eu estaria disposto a lhe ceder
.
Você não? Vendo a rosa despedaçar-se com o vento

Desmanchar-se ao mais leve toque, ao mais leve bater
.

Até o tradicional sorriso tornou-se árdua tarefa
.
Eu me interessaria em saber o que a desespera e imobiliza
.
E vejo-a intocável olhando para aquela garrafa vazia

E os longos cabelos balançando no ritmo da suave brisa.

Se ela fosse música, com certeza seria Café 1930.

Acho que ninguém mais notou a triste moça além de mim.
Vejo-a sair e deixar o lugar em branco, vazio
.
Levando seus adoráveis olhos negros e pele marfim.


A observo secar as lágrimas e encarar-se no espelho.
Corajosa, força um sorriso e ergue a cabeça.
Dá um último gole melancólico e deixa seus pecados pra trás.
Esvai-se como areia.